A fábrica, instalada da cidade pernambucana de Goiana, a 62 Kms do Recife, é cheia de dados impressionantes: custou mais de R$ 7 bilhões, empregará mais de 9 mil trabalhadores

Nesta semana, o grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), um dos maiores da indústria automobilística, tirou do papel um projeto magnânimo, para dizer o mínimo: a inauguração de um parque fabril da marca Jeep no coração do Nordeste. A cerimônia de abertura, que contou com mais de 1300 convidados, entre eles, a presidente Dilma Rousseff, marca também o início de uma expansão das operações do FCA no Brasil e na América Latina como um todo: o parque de mais de 500 mil metros quadrados, que fabrica o modelo Renegade, fornecerá 250 mil veículos ao ano para todo o mercado latino-americano.

A fábrica, instalada da cidade pernambucana de Goiana, a 62 Kms do Recife, é cheia de dados impressionantes: custou mais de R$ 7 bilhões, empregará mais de 9 mil trabalhadores até o final do ano (desses, a previsão é de 82% sejam nordestinos), possui mais de 700 robôs integrados às suas linhas de produção e possui um layout arrojado que é um dos fatores que a torna, segundo o diretor de engenharia de manufatura da FCA, Denny Monti, “a mais eficiente fábrica” do tipo no mundo.

Parte dessa inovação veio do chamado Parque de Fornecedores, um megacomplexo de 12 edifícios que abriga 16 empresas responsáveis por produtos utilizados na produção da Jeep. A ideia é reduzir o tempo de transporte dessas peças até as linhas de montagem dos carros, bem como os estoques e o espaço que eles tomariam: em seu atual estado, o Parque do Fornecedores é origem de 40% das peças utilizadas na fábrica.

Impacto

A previsão dos analistas do setor é que o impacto que a fábrica causará na região será similar à mudança que a fábrica da Fiat, outra marca do FCA, provocou na região de Betim (MG). Os projetos sociais da Jeep para a área preveem investimentos na área de saúde, com a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento especializada na cidade, bem como projetos voltados para a educação e a cultura, que servem como contrapartida dos investimentos estatais recebidos pelo grupo.

Isso para não falar na vida das pessoas de Goiana, que mudou do dia para a noite com a chegada da indústria: Adelmo Santos, 22, que trabalha na montagem, era pescador antes de entrar na Jeep. “Comecei a trabalhar aqui na construção da fábrica e me inscrevi para participar da seleção de trabalho quando ainda estava aqui. Com o dinheiro que ganho aqui, consegui comprar um terreno, erguer e mobiliar minha casa. Antes, eu levantava à 1h para pescar caranguejos e mal dava para sustentar minha mulher e dois filhos”, contou Adelmo.

Futuro e expectativa

Além do Renegade, Sergio Marchionne, presidente-executivo mundial do FCA, confirmou que outros dois veículos do grupo, um da Fiat e outro da Jeep, deverão ser fabricados nas instalações nos próximos 18 meses.

Sergio defendeu ainda comentou que a marca Jeep é uma das marcas do grupo que tem o maior potencial de globalização, mas que estudos têm sido feitos pelo grupo para a introdução de outras marcas em novos mercados. Uma, em específico, deve animar os brasileiros: o presidente-executivo confirmou que a companhia considera colocar a marca Alfa Romeo no mercado brasileiro.

Enquanto nada disso acontece, as expectativas para o parque fabril continuam altas: um estudo realizado pela consultoria Ceplan projeta que, em 2020, o Polo Automotivo Jeep vai contribuir com 6,5% do PIB de Pernambuco.

O estudo indica que o crescimento seguirá uma curva ascendente, cujo potencial já se mostra neste primeiro ano de operação: até o final de 2015, o polo deverá ter participação de 2,5% no conjunto de riquezas produzidas dentro do Estado. 
 

Fonte: http://acritica.uol.com.br/

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